segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Espelhos:

Sonhar é ir além do alcance de nossos pés. Quando embriagados pelas emoções ousamos acreditarmos na verdade no amor, na justiça e na paz.

Somos espelhos, que refletimos um doce e amargo viver, sentir-se isolado é algo perturbador não suportamos o silêncio, pois o mesmo estimula nosso raciocínio e quem disse que queremos raciocinar? Queremos nos deparar com a realidade nua e crua? Jamais. Quando descansamos somos assaltados por idéias que a muito pensávamos que já tínhamos esquecidos. Quando o silêncio se mostra presente corremos para ligar a televisão ou o rádio, fugimos do confronto existente entre nossa consciência de nossa realidade.

Ô cordeiro imolado saberias me dizer se conhecia esse destino? Hora seremos nós meros mortais fadados ao esquecimento, fadados a viver ciclos enigmáticos e místicos?

Hora não é esse o parecer dos pensadores, aonde eles queriam chegar com seus dilemas? Espelhos que refletem ilusões sempre as quais gostariam, imaginariam nunca as reais. Somos artistas de um único show, ensaiamos um único papel e sempre repetimos as mesmas falas. Espelhos que contemplam a luz, mas não a reflete, pois embaçados pelo orgulho. Somos cópias do que já fomos um dia, já amamos, choramos rimos, hoje apenas ousamos acreditar que ainda isso fazemos. Somos obrigados a mentir para nós mesmos a fim de que os outros também acreditem em nossas ilusões e assim alimente-nos com migalhas de emoções.

Quem tem amor próprio? Sábios são os que se isolam da multidão, pois não se enganam não se corrompem em pensamentos atos e omissões. Quantas vezes nos omitimos perante a nós mesmo? Somos fieis e nós? Somos livres?

Perguntas que nada respondem, incitações que nada modificam, apenas repousam em mais um espelho que refulge e se apaga.

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